segunda-feira, 29 de julho de 2019

Os cisnes (Júlio Salusse)

      Este poema de Júlio Salusse, "Os cisnes", eu o conheci ainda adolescente estudando Literatura no Exame de Admissão a época. Fiquei encantada e ao recitá-lo, parecia estar vendo o bailar dos cisnes sobre as águas.
       Nossa Professora fazia questão de frisar que era uma obra prima e única, pois fora o único poema que Júlio Salusse escreveu, com tanta inspiração.
          Hoje, aos 72 anos, vivo a situação de não mais cantar, nem nadar ao lado de outro cisne, porque meu marido voltou ao Pai e, não me permito viver com outro alguém. Afinal, já experienciei o bom companheirismo e agora quero apenas viver o diferente ao lado do tesouro que construímos juntos: Nossa Família. 

Imagem: Domínio Público


"A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,


Sobre ele, quando, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!



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